O Louco vagava pelas sendas do Desconhecido, com os olhos brilhando de curiosidade e o coração leve como o ar. Nada o prendia, e cada passo era uma dança com o mistério. Eis que, ao dobrar um limiar invisível entre mundos, ele o viu: o Mago.
Ele não era um homem comum. Era um centro de poder silencioso, cercado pelos símbolos do mundo: bastão, taça, espada e pentáculo, todos repousando sobre um altar entre os planos. Seus olhos não olhavam — atravessavam.
O Louco sentiu o tempo suspender-se. Ali estava o início e o fim, o Alfa e o Ômega oculto. O Mago ergueu o braço, unindo Céu e Terra com um gesto ancestral. E sem proferir uma palavra, mostrou-lhe: o poder que procuras não se recebe — se revela. Dentro de ti há um universo, e tu és o verbo que o desperta.
Assim, o Louco compreendeu. O Adepto nasceu naquele instante, não pelo saber adquirido, mas pelo fogo interno que foi despertado ao encontrar o reflexo de si mesmo em sua forma futura. O Mago não era um mestre — era um espelho.