Desde os tempos mais remotos, quando o homem ainda era apenas uma presença tímida no seio da natureza selvagem, já havia em sua alma uma inquietação. Antes mesmo das palavras organizadas e da linguagem como a conhecemos, o homem olhava para o céu estrelado e sentia que havia algo além da caça, da sobrevivência, da caverna e da pedra.
A filosofia nasceu ali, no silêncio dos pensamentos primordiais, quando o homo sapiens ergueu os olhos e se perguntou pela primeira vez: "Quem sou eu? O que é isto que me cerca? De onde vim?" — essas perguntas não são apenas intelectuais, são espirituais. São a fagulha da alma buscando sua origem.
Séculos se passaram e os grandes sábios da Antiguidade — como Pitágoras, Platão, Plotino — compreenderam que a filosofia verdadeira é mais do que especulação lógica; ela é uma ponte entre o homem e o divino. Ela busca compreender o Uno, a Fonte, a Verdade. E por isso, sempre caminhou lado a lado com a magia, pois ambas partem do mesmo princípio: conhecer o universo é conhecer a si mesmo.
A Tradição Hermética é filosófica por excelência. Hermes Trismegisto não apenas nos deixou axiomas, mas um convite: pensar profundamente, refletir sobre o que é oculto, não aceitar o mundo material como a única realidade. O adepto que deseja trilhar o caminho da magia precisa primeiro filosofar — sobre a vida, sobre a morte, sobre o tempo e o espírito. A filosofia é o solo fértil onde germina a árvore da sabedoria oculta.
Assim, nesta jornada, refletir é o primeiro passo. Pensar com profundidade, meditar com sinceridade e buscar com coragem. O universo é um livro aberto aos olhos do filósofo desperto.
(ag)